quinta-feira, 27 de maio de 2010

CADÊ?


“Onde foi parar tudo?”

Acordei com essa frase, que de alguma forma tentava me dizer algo.

Tudo parece ter sumido e não sei por onde começar a procurar.

Onde foram parar os anos perdidos?

E os sorrisos que dei? Já deixaram a boca, a face, o dia, menos a lembrança.

Onde estarão meus amores? Nem sei se os tive. Já que estou questionando, então é por que nada foi amor. Foi outra coisa sem palavras para descrever. Paixão, talvez. Amor nunca.

Onde estará o fogo? A brisa que batia leve sobre a pele ressecada pelo sal da praia, onde estará?

Por onde caminham meus ídolos? Seres que nasceram para servir de exemplo, para me dar alento, para me fazer sentir significante e significado.

Perdi as coisas ou elas que se perderam de mim? Perdemo-nos todos, em meio a visões turvas, embaçadas pelo calor do inferno terreno.

Colírios de todos os tipos ainda não foram suficientes para me fazer enxergar. Onde foi parar tudo?

Onde fui parar? Eu mesmo, neste caminho tortuoso, sem mapa, gps, sinais ou simplesmente migalhas de pão a demarcar o caminho percorrido. Nada.

Onde parei? E por que parei? Quero prosseguir. Parar não é meu forte. Nasci para o movimento, para a luta.

Ao ficar parado, todo o resto foi se afastando de mim. Não me perdi, pois nunca soube onde estava. Porém agora, ao ver que por um tempo perdi aquilo que quero, resolvi descobrir o paradeiro. De quê? De tudo. Das palavras, das emoções, do brilho no olhar, do sorriso e do sangue quente correndo neste peito pulsante.

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